terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Venezuela - Um País, Uma Crise e Dois Presidentes


Portugal e Espanha, principais parceiros europeus da Venezuela reconheceram Juan Guaidó como legítimo Presidente Interino da República Bolivariana da Venezuela, ato semelhante ao que foi tomado em bloco na mesma manhã do dia 4 de fevereiro por vários países europeus, como a Espanha, França, Alemanha, Reino Unido, Suécia, Holanda,
Bélgica, Dinamarca, Finlândia Chéquia e Áustria entre outros. Este reconhecimento dá-se depois do reconhecimento dado por Estados Unidos, Canadá, Brasil e Colômbia, Paraguai entre outros.
Os países europeus, no entanto, não se associam à política externa de Washington e têm como objetivo a convocação de eleições livres e pela democratização da Venezuela; somente a Itália votou contra e ficou isolada. A Rússia e a China criticam a intervenção estadunidense e europeia como sendo ingerência sobre os assuntos internos da Venezuela, todavia, a política externa de se opor a uma transição politica torna-se nefasta, porque em nada contribui para ajudar o povo da Venezuela, a posição russa e chinesa sobre os destinos do povo venezuelano é a defesa dos próprios regimes políticos de Putin e Xi Ji Ping, ou por outras palavras, enquanto uns interferem para defender os Direitos Humanos, os países ditatoriais saem em socorro de Maduro para manter o seu regime torcionário.
Seria importante que a Rússia e a China explicassem qual a lógica de apoiar Nicolas Maduro e deixar o povo venezuelano numa situação de emergência a passar fome, ou de ver os cidadãos serem mortos durante as manifestações, por agentes encapuçados a serviço do regime, que no fim de janeiro ceifou a vida a dois jovens indefesos, um deles tinha apenas 17 anos.
A maneira de vermos a realidade da Venezuela é observar as centenas de milhares de venezuelanos que atravessam a fronteira à procura de um trabalho qualquer para sobreviver, vários milhares estão em Portugal, Espanha, outras centenas atravessam a fronteira com o Brasil, chegam destroçados.
Ainda que haja muitos apoiantes de Maduro, é preciso ter em conta que há muitos apoiantes da Oposição, e que vários lideres políticos da oposição foram presos e outros tiveram que fugir do país.

Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

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