nacionalista. Até aqui está tudo
aparentemente correto, porém, a realidade política é diferente. Além do mais, a
origem dos termos Esquerda e
Direita nada tem a ver propriamente dito com as posições
político-ideológicas, mas antes com os lugares que cada partido ou grupo de
deputados utilizava quando se sentava no Parlamento, face à posição do
Presidente da Assembleia: os partidos da situação ou do governo sentavam-se à
direita, já os deputados dos partidos da oposição sentavam-se à esquerda.
Historicamente essa divisão teria surgido no
século XVIII a partir da Revolução Francesa, sendo portanto, uma tradição
posterior a 1789. Inicialmente focava a divisão entre os monárquicos e os
republicanos, tendo havido também as posições que dividam os religiosos dos
laicos e a burguesia contra a aristocracia. Com o tempo, essa terminologia
utilizada nos bastidores dos parlamentos e veiculada pelas notícias da imprensa,
fez com que se tornasse uma forma institucional de categorizar os oponentes de
acordo com o cariz político, e ideológico, passando a rotulá-los de
Esquerdistas ou Direitistas, de acordo com as posições que cada elemento
defendia no plenário.
Contudo há que salientar que, mesmo dentro do
espectro ideológico, indo da esquerda para a direita, os partidos se comparam
entre si, por forma a procurar ser conotados como sendo a verdadeira ideologia,
ou a genuína esquerda, outros, a genuína direita em detrimento das demais
forças concorrentes. Isto só ocorre devido às posições que cada um toma, de
outra forma não se poderia classificar o espectro político de uma dada formação
partidária.
Por exemplo um dado partido A, de Centro-esquerda, comparado com um partido B
de Centro-direita e também com um partido C de Extrema-esquerda, poderia
ser enquadrado ou rotulado de diferentes prismas da seguinte forma: o Partido A
é considerado de Esquerda pelo Partido B, no entanto é entendido como sendo de
Direita pelo Partido C.
O Centro, como posicionamento ideológico, é
praticamente impossível de existir; trata-se mais de um slogan e de marketing
político dos que não querem ser conotados nem à esquerda nem à direita, são os
partidos de massas denominados de Catch All Parties.
Obviamente a dicotomia que divide as correntes
Esquerda e Direita é mais vasta do que à primeira vista parece, pelo que há as
correntes derivadas da extrema-esquerda e centro-esquerda face à Esquerda, e do
centro-direita e extrema-direita face à Direita.
Normalmente em política, pode-se defender
propostas e posições de Esquerda ou de Direita em diferentes matérias, ou seja,
um partido ou um político pode tomar posições mais à esquerda numa determinada
matéria e mais à direita noutras matérias. À Esquerda entende-se como o
enquadramento político ideológico dos partidos e movimentos engajados com as
questões e as problemáticas sociais, a justiça social, o ambientalismo e os
Direitos Humanos; quanto à Direita, apresenta um matiz conotado com a economia
e as finanças de um país, a defesa dos interesses das empresas privadas e a
luta pela não interferência do Estado nos assuntos económicos, pelo que
apresentamos o enquadramento com o esquema partidário-ideológico.
Esta dicotomia dividiu o mundo no Século XX,
sobretudo a seguir a II Guerra Mundial, contudo após a queda do Muro de
Berlim e o fim do Comunismo soviético surgiu uma fase de grande apatia
do eleitorado que já não se revê em discursos polarizados de esquerda Vs.
direita, mas antes desviaram a atenção política para o carisma do líder e
sobretudo para o desempenho da atuação da governança.
Enquadramento Partidário: Esquerda Vs. Direita:
·
Extrema-esquerda
Tudo
para a revolução, tudo para o Estado.
Ø Comunistas (marxistas,
maoístas, trotskistas);
Ø Anarcossindicalistas;
Ø Libertários;
·
Esquerda
A
Solidariedade primeiro a Utopia depois.
Ø Socialistas Neomarxistas (Portugal BE, Brasil PT);
Ø Esquerda alternativa (Espanha, Podemos);
Ø Trabalhistas (Reino Unido, Labor, Brasil PDT);
Ø Ambientalistas (Brasil PV, Portugal PAN);
Ø Humanistas siloístas;
Ø Movimentos independentistas de esquerda;
Ø Feministas;
Ø Movimentos de minorias étnicas e raciais;
Ø Movimentos pela igualdade de género (LGBT);
Ø Partidos alternativos (Contribuintes, aposentados, defesa dos animais, entre
outros);
·
Centro-esquerda
Ênfase
para a Justiça Social
Ø Socialistas (Espanha PSOE, Portugal PS, Brasil PSB);
Ø Sociais-democratas (Alemanha SPD, Brasil PSDB);
Ø Democratas (EUA, Itália
PD);
·
Centro-direita
Ênfase
para a economia liberal.
Ø Liberais;
Ø Liberais-democratas (Portugal PSD, Brasil PMDB);
Ø Progressistas;
Ø Ciudadanos (Espanha);
Ø Populistas;
Ø Republicanos (EUA).
·
Direita
Manutenção
do Status Quo
Ø Democratas-cristãos;
Ø Conservadores britânicos;
Ø Nacionalistas;
Ø Movimentos separatistas de direita;
·
Extrema-direita
Manutenção
da Ordem e tudo pela Nação
Ø Fascistas;
Ø Neofascistas (França FN, Itália MSI);
Ø Ultranacionalistas;
Ø Neonazistas;
Ø Fundamentalismo Islâmico;
Ø Anticomunistas;
Ø Antissemitas.
Autor: Filipe de Freitas Leal
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